domingo, 4 de julho de 2010

O Sonho não Acabou...


A sexta feira foi triste para o povo brasileiro, desnecessário até comentar os motivos, todavia, começaremos o post falando rapidamente do segundo jogo do dia.


Felipe Melo e Sneijder

Brasil 1 x 2 Holanda

Uruguai 1 (5) x (3) 1 Gana


A partida entre Uruguai e Gana não foi a melhor tecnicamente, mas foi de longe a mais emocionante da Copa da África. Foi um jogo de duas seleções de qualidade, com uma leve superioridade do Uruguai, mas quem teve a melhor chance do jogo foi Gana já nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, quando Suárez salvou duas vezes em cima da risca, a segunda vez com as mãos.


O jogador que é o goleador, destaque e grande surpresa do Uruguai na Copa salvou a celeste mais uma vez. Pagou o preço com a sua expulsão e a penalidade em desfavor do seu país, todavia, contou com a sorte e viu Gyan acertar o travessão, levando o jogo para as cobranças de pênaltis.


A partir daí todo mundo já sabe, o Uruguai venceu, e com uma ultima cobrança de El Loco Abreu e sua característica “cavadinha”.


O dia foi triste em Gana, e mais triste ainda no Brasil. Descrever o jogo é desnecessário, todos viram no primeiro tempo o melhor Brasil da Copa e outro no segundo tempo o pior. O resultado disso não poderia ser diferente.


Foram detalhes que determinaram o placar, um deles a irritação e falta de concentração dos jogadores. Mas futebol é isso, na maioria das vezes é decidido por detalhes. O primeiro gol veio de uma falha muito rara de JC (que me recuso a condenar porque tem muitos créditos pelo que já fez na Seleção e inclusive foi muito aplaudido no retorno ao Brasil), e também de Felipe Melo. Os dois se atrapalharam, mas é um lance de jogo. Não deveria acontecer, mas acontece com qualquer um, até com o melhor goleiro do mundo.


O segundo, na minha opinião, foi de uma falha indiretamente ainda pior. Não o lance do gol em si, mas o lance que gerou o gol. Juan correu quase sozinho pela lateral, e poderia tranquilamente ter chutado a bola pela linha de canto, mas de forma displicente chutou para o fundo. Escanteio e gol da Holanda.

Claro que ele não tinha como prever tal acontecimento e não devemos culpá-lo (novamente um grande jogador), mas é por isso mesmo que dizemos que futebol é decidido nos detalhes, e deve-se sempre ter cautela com esse tipo de situação, pode ser fatal, como foi.


A verdade é que, independentemente dos erros individuais, de nada adianta agora apontar culpados. A expulsão do Felipe Melo foi de tamanha estupidez, que é difícil falar a respeito. Todavia, era algo que já vinha sendo desenhado desde antes da Copa. Um jogador que leva 20 cartões pelo clube na temporada, sendo violento até mesmo nos amistosos, não tem cabeça para jogar uma Copa do Mundo, muito menos pela Seleção Brasileira.


A culpa é dele!? Não totalmente. Porque ele não foi contra o seu estilo, todos sabiam que ele agia assim, que é um jogador medíocre e irresponsável, porém Dunga optou por tê-lo como titular mesmo sabendo disso, e todos nós pagamos o preço. E toda a pressão da imprensa, que Dunga tanto atacou, acabou tendo razão, como era óbvio.


É bom começar a pensar um pouco no futuro. Por um lado, a derrota não foi ruim, pois assim, talvez comecem a perceber que futebol também é ofensividade, que atacar não é sinônimo de derrota, e que um pouco de “estrelismo” (moderado, é claro), é necessário, pois é impossível formar uma seleção campeã com um grupo de jogadores medianos supostamente comprometidos.


Felipe Melo ainda declarou, de forma deplorável, que a Seleção atual era a mais unida que já existiu. O que ele sabe!? Não esteve presente, e sequer esteve vivo para ver muitas seleções anteriores e dizer tal bobagem. De toda forma, estão todos unidos agora, no ônibus de volta ao Brasil.


Diante disso tudo, convém lembrar porém, que o sonho não acabou, apenas postergou-se. Em 4 anos estaremos novamente reunidos torcendo pela Seleção, cabe agora à CBF corrigir os erros e principalmente, escolher um técnico competente disposto a fazer uma renovação drástica e eficaz no grupo, até porque, se nunca nos contentamos com o segundo lugar, não é no nosso território que aceitaremos outra coisa que não seja o título. Até logo, Brasil.

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